Harry
Villegas (Pombo)
Pombo era o
nome de guerra e foi
escolhido por Guevara . Foi o único que esteve com ele em
todos os fronts, de Sierra Maestra à Bolívia. Um belo dia
Fidel Castro chamou a ele e Carlos Coelho (Tumas) e disse que
eles iriam encontrar Che na floresta congolesa. - "Ele
nos disse que nossa missão principal era a segurança de Che
". Fidel deu a eles, como presente, dois relógios Rolex.
A chegada na África foi decepcionante. Os 120 cubanos do
grupo guerrilheiro estavam a pique do desespero . As forças
congolesas não podiam ser mais desorganizadas.- "Che nos
dava aulas de paciência. Ele insistia em lembrar que os hábitos
e a cultura eram muito diferentes dos nossos. Ele nos pedia
esforços para tentar compreendê-los." Depois do
fracasso no Congo, Pombo e Tuma foram a Praga, encontrar Che,
que viajava na clandestinidade . Meses depois outra vez
reunidos na Bolívia, onde Tumas acabaria sendo morto. Antes
de morrer, Tuma entregou a Guevara o Rolex que havia ganho de
Fidel e pediu a ele que entregasse a seu filho que nascera em
quanto ele estava longe de Cuba . Quando Che foi assassinado
na vila de L Higuera, um dos dois relógios capturados com ele
era de Tuma . Pombo, com Tamayo e Benigno (que posteriormente
exilou-se em Paris) , é um dos três sobreviventes da
guerrilha na Bolívia. Foi também um dos poucos soldados
profissionais a merecer a Ordem de Heróis da República de
Cuba . Ele esteve em missões em Angola, Moçambique e Nicarágua.
Tem 56 anos e ocupa o posto de Brigadeiro - General. Enrique
Oltusky Era chamado "O Pequeno Polaco". Estudou
arquitetura em Mimai e se graduou em 1954. No seu primeiro
encontro com Che, manteve uma séria discussão sobre a questão
"a revolução deve ficar escondida ou não". Che
defendeu ardorosamente a posição de que devia se fazer a
maior publicidade possível sobre o que se passava em Cuba. Em
1959, vencia essa questão, foi escolhido ministro das
Comunicações do novo governo. Oltusky acabaria acompanhando
Che nas suas várias funções administrativas e foi , durante
20 anos , representante oficial da indústria de pesca cubana.
Ele trouxe essa experiência gerencial dos tempos em que era
executivo da empresa Shell, pouco antes de decidir pela
clandestinidade. Rogerio Acevedo Aos 56 anos, o Major General
Rogelio Acevedo tem uma carreira militar extensa e bem -
sucedida, tendo sido inclusive ministro de Armas e Tecnologia.
Começou sob o comando de Che no verão de 1957, no vale de El
Hombrito, no coração de Sierra Maestra.Rogelio tinha 16 anos
e caiu para a clandestinidade junto com o irmão mais moço,
Enrique. Ele considera o exemplo de Che vital na sua existência
e na sua carreira. "Ele poderia ter conseguido a vitória
e voltar para a Argentina, mas não, ele preferiu continuar
trabalhando brutalmente, noite e dia, dormindo quatro ou cinco
horas, para tentar organizar esta revolução de uma maneira
dedicada e desinteressada". Há sete anos, Rogélio foi
colocado de maior autoridade da aviação civil em Cuba.
"Eu não entendia nada de aviões, mas essa era uma
tarefa e eu tinha que assumi-la, exatamente como o ´Argentino´
me ensinou ". Jorge Serguera Rivieri Mais conhecido como
"Papito Serguera" era advogado e doutor em filosofia
e artes quando se juntou a guerrilha. Durante a campanha foi
uma parceria assídua para Che nos jogos de xadrez. Depois da
vitória costumava visitar Che no ministério e manteve o hábito:
"Costumávamos jogar entre oito e dez partidas ". Em
1963 foi indicado embaixador na Argélia. De lá ajudou a
preparar os focos de guerrilha para Guevara no Congo e na Bolívia.
Papito esteve com Che na sua segunda viagem à África, em
fins de 1964 e começo de 1965. " Ele era humanista e um
filósofo da História, com uma excepcional disposição para
a ação". Serguera ocupou vários postos, desde diretor
da Rádio e TV de Cuba até responsável por uma fábrica de lâmpadas.
José Manuel Manresa Nunca chamou Guevara pelo nome. Era
sempre "o comandante". Servia na fortaleza de La
Cabaña, quando Guevara instalou-se lá, durante a marcha para
Havana. Esteve com ele no Instituto de Reforma Agrária,
depois no Banco Nacional de Cuba e no Ministério de Indústria.
Se lembra que Che só permitia que os funcionários se
alimentassem com a comida da cantina e fazia escândalo enorme
caso flagrasse alguém se alimentando com
"bugigangas" compradas na rua. "Era
extremamente rigoroso com ele mesmo". Com a morte de Che,
foi trabalhar no Ministério de Comércio Exterior. Hoje está
aposentado, com 70 anos. Leonardo Tamoyo Núnez (Urbano) Ele
chegou a Sierra Maestra com 15 anos. No primeiro dia que viu
Che, o Comandante perguntou: "O que você está fazendo
aqui?" "O mesmo que você", respondeu
Tamayo.Esteve praticamente ao lado de Che durante 10 anos e
sete meses . Aos 55 anos, Tamoyo ainda é um homem enérgico.
É coronel e carrega no cinto a pistola russa CTDKNH 509,
presente de Fidel. Foi um dos que escaparam atravessando o
Andes: "Caminhamos 6 meses ". Segundo conta , ao ser
capturado, Guevara carregava US$ 20 mil. "Era o
financiamento da revolução. Os militares bolivianos nunca
declararam esse dinheiro". Hoje Tamayo trabalha com
Ramiro Valdés. José Ramon Silva Serviu durante toda a
campanha contra Batista nas colunas 4 e depois na 8, ambas com
Che. Foi ferido três vezes. "Um dia, durante um combate,
um camarada tentou lhe oferecer uma lata extra de leite. Ele
estava muito mal porque estava com um de seus habituais
ataques de asma. Ele recusou, e só tomou uma colher".
Silva esteve ao lado de Che na invasão da Baía de Porcos.
Aposentou-se como coronel. Manuel Pineiro Losada (Barbaroja)
Quando encontrou Che em Sierra Maestra já tinha seu
"boletim" uma série de atos de sabotagem em sua
cidade natal e em Havana. Mais tarde, em 1961, criou, com
Ramiro Valdés, os primeiros núcleos de segurança que dariam
origem ao Ministério do Interior. Ainda naquele ano colaborou
com Che na escolha e preparação de focos de guerrilha na
Argentina, Congo e Bolívia. "Che sempre sonhou com a
revolução na Argentina, Bolívia e Congo seriam apenas
degraus preparatórios", diz Piñeiro. Ele conta com um
surpreendeu Che no se gabinete se equilibrando sobre uma linha
imaginária: "Esta é a fronteira da Argentina e eu tenho
que atravessá-la antes de ficar muito velho". Piñeiro
conta que a excessiva audácia de Che era uma das suas
preocupações constantes. Ele teve, por ordem de Fidel, a
missão de acompanhar e monitorar Che na Bolívia: "Era
minha principal função naquela época Nós informávamos
Fidel quase diariamente sobre o que estava acontecendo na Bolívia,
sempre que as condições de comunicação permitiam". Piñeiro
diz que freqüentemente sonha com Che no seus últimos
momentos. Ele está com 64 anos, e é casado com a escritora
chilena Marta Harneker. Salvador Vilaseca Forné .Ele tinha 50
anos e Guevara 31. Era professor de matemática e deu aulas
para Che. Uma vez, viajando juntos pela Europa, Guevara
pediu-lhe para comprar alguns livros em sebos. Vilesca perdeu
um vôo marcado para Madri para atender o pedido. Depois de
alguns dias, Che foi indicado presidente do Banco Nacional de
Cuba. Che ligou, convidando-o a trabalhar com ele como
diretor. eu", respondeu Che. "Eu não entendo nada
de bancos", objetou Vilaseca. "Nem Vilaseca passou
enato a dar aulas de matemáticas para Che, duas vezes por
semana, às terças, das 8 às 9, e aos sábados, das 8 até o
horário em que Che se cansava. Às vezes as aulas chegavam até
a noite. Primeiro ensinou-lhe matemática elementar, depois álgebra,
geometria analítica, cálculo diferencial, cálculo integral
e equações. Em 1964, Vilaseca disse-lhe: "Não tenho
mais nada a ensinar a você".juntos Enato, por sugestão
de Che, eles passaram a estudar matemática avançada até Che
partir para a guerrilha no Congo. Vilaseca está com 88 anos.
Aposentou-se como reitor da Escola Diplomática está
escrevendo um livro: " O Che que eu conheci".Joel
Iglesias Foi um dos mais jovens capitães de Che. Ele foi para
a clandestinidade em maio de 1957, mas Fidel não aceitou sua
inscrição. Serviu na tropa de Che. "Eu não sabia ler
ou escrever e Che me disse que eu só poderia usar as insígnias
depois que eu aprendesse. Quando eu aprendi ele me deu uma
biografia de Lennin e disse que iria me fazer perguntas sobre
o livro". Iglesias é hoje, aos 55 anos, coronel
reformado. Ramiro Valdés Ramiro tinha 23 anos quando
participou do ataque do quartel de Moncada, em 1956, e passou
dois anos preso, junto com Fidel e outros sobreviventes
daquela ação. Foi duas vezes ministro do Interior, a última
entre 1979 e 1984 e atualmente comanda o grupo de informática
e eletrônica, um consórcio compreendendo 10 mil funcionários,
uma divisão do Ministério da Indústria. Segundo Ramiro ,
aprender com Guevara a ter respeito pelos outros e
auto-respeito. Enrique Acevedo Enrique Acedo estava com
hepatite, em casa, quando foi informado de que dois
jornalistas estrangeiros tinham procurado por ele para falar
sobre o Che. O Brigadeiro Enrique Acevedo não hesitou.
Minutos depois ele aparecia no Hotel Nacional de Havana usando
jeans e camiseta T-Shirt. Trazia com ele o livro publicado há
três anos, com suas lembranças do tempo em que serviu na
guerrilha sob as ordens de Che. "O Descamisado" ,
uma homenagem ao Argentino. Enrique subiu a Sierra Maestra aos
14 anos com seu irmão Rogelio, que tinha 16 na época. Ele
tinha 17 quando Che soube que ele comprara dinamite de um
revendedor norte americano. Como "punição",
Guevara mandou-o para um curso universitário. Anos depois,
Orlando Borrego, na época ministro da Indústria Açucareira,
convenceu Fidel Castro a mandar Enrique juntar-se à força
guerrilheira de Che, na Bolívia. "Quando soube, Enrique
deu pulos de alegria", lembra Borrego. A viagem acabou não
se realizando. Guevara morreu antes. Victor Bordón Foi
pessoalmente o responsável pelo Movimento 26 de Julho na
Sierra de Escambrey, onde Guevara chegou em outubro de 1958,
comandando a coluna de 146 homens . Depois de uma invasão de
mais de 550 quilômetros, que tomara 47 dias de lutas, Bordón,
que já tinha o titulo de "comandante", encontrou
Che e colocou sob seu comando suas tropas, com mais de 300
homens. "Ele imediatamente me rebaixou, chamando-me de
capitão". Mais tarde, depois de um duro combate, Che
congratulou-se com ele. "Belo serviço, comandante".
Ao que Bordón retrucou: "Capitão, não
comandante". Guevara confirmou Bordón como Comandante e
Bordón pediu-lhe que, sendo assim, aproveitasse a primeira
reunião da tropa para comunicar essa decisão. "Um homem
pode ser rebaixado em público e promovido em silêncio",
respondeu Che. Desde 1983, Bordón esta no comando da
Comental, um consórcio de empresas com 840 trabalhadores.
Aleida March Foi a última mulher de Che e mãe de quatro dos
seus cinco filhos. Aleida conheceu Che quando tinha 24 anos e
era ativista clandestina do movimento 26 de julho na província
de Las Villas. "Meu relacionamento com ele era apenas o
de companheiros da mesma causa" lembra ela . Depois da
vitória da revolução ela casou-se com Che. "Eram
tempos duros. Ele chegava em casa todas as noites às três,
às vezes às quatro, ou mesmo as seis da manha. Não podia -
mos ter o luxo de pensar numa casa para nós . Estávamos
construindo uma nova sociedade!" - Aleida fala sem
reprovações ou críticas. Quando Che partiu para o Congo e
depois para a Bolívia, eles continuaram a se corresponder
sempre que possível. Antes de partir Guevara deixou-lhes
varias cartas, uma para Fidel, outra para seus pais , e uma
outra para os filhos do casal .Para Aleida , deixou uma fita
gravada de 60 minutos com seus poemas preferidos de Pablo
Neruda, César Vallejo, Nicolás Guilen e outros. "Nosso
plano era encontrarmo - nos novamente na Bolívia, e depois,
quando envelhecêssemos, iríamos lembrar de passagens da
nossa própria história" Trinta anos se passaram ,
Aleida está com 66 anos. Ela agora é encarregada do Arquivo
Pessoal de Che em Havana. Todos os filhos fizeram carreiras
universitárias. - Aleida é especializada em alergia, como o
pai; Célia é veterinária ; Camilo e Ernesto são advogados.
Juan Alberto Castellanos Elo perdido de Guevara com a
Argentina. Em 1963 infiltrou-se na Argentina com Jorge Masseti
para estabelecer um foco, que seria mais tarde operado por
Guevara . Castellanos foi treinado e começou uma odisséia:
Roma, Dakar, Rio, São Paulo, Santa Cruz de La Sierra,
cochabamba, La Paz, de novo Cochabamba e de lá até a
fronteira. Durante um combate, Masseti desapareceu. Um outro
assistente pessoal de Che, Hermes, foi assassinado, e
Castellanos detido em 4 de março de 1964. Ele passou vários
anos numa prisão argentina, onde soube da morte de seu chefe
Guevara. De volta a Cuba ele se reintegrou ao Exército
cubano, tomou parte na guerra de Angola e, mais tarde,
juntou-se à guerrilha sandinista na Nicarágua. Hoje, é
coronel reformado. Oscar Fernandes Mell Formou-se em medicina
em 1956 e um ano depois caiu na clandestinidade, indo lutar na
coluna do Che. Foi ele quem cuidou do braço ferido do
Comandante que entrou na capital, Havana, com uma tipóia em
1959. Foi um dos mais íntimos amigos, sendo médico da sua
família. Esteve com o Che na guerrilha do Congo. Hoje está
com 65 anos, tendo sido embaixador na Grã-Bretanha e na Finlândia.
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Enrique Oltusky
Era chamado "O Pequeno Polaco". Estudou arquitetura em Mimai e
se graduou em 1954. No seu primeiro encontro com Che, manteve uma séria
discussão sobre a questão "a revolução deve ficar escondida ou
não". Che defendeu ardorosamente a posição de que devia se fazer
a maior publicidade possível sobre o que se passava em Cuba. Em 1959,
vencia essa questão, foi escolhido ministro das Comunicações do novo
governo.
Oltusky acabaria acompanhando Che nas suas várias funções
administrativas e foi , durante 20 anos , representante oficial da indústria
de pesca cubana. Ele trouxe essa experiência gerencial dos tempos em
que era executivo da empresa Shell, pouco antes de decidir pela
clandestinidade.
Rogerio Acevedo
Aos 56 anos, o Major General Rogelio Acevedo tem uma carreira militar
extensa e bem - sucedida, tendo sido inclusive ministro de Armas e
Tecnologia. Começou sob o comando de Che no verão de 1957, no vale de
El Hombrito, no coração de Sierra Maestra.Rogelio tinha 16 anos e caiu
para a clandestinidade junto com o irmão mais moço, Enrique. Ele
considera o exemplo de Che vital na sua existência e na sua carreira.
"Ele poderia ter conseguido a vitória e voltar para a Argentina,
mas não, ele preferiu continuar trabalhando brutalmente, noite e dia,
dormindo quatro ou cinco horas, para tentar organizar esta revolução
de uma maneira dedicada e desinteressada".
Há sete anos, Rogélio foi colocado de maior autoridade da aviação
civil em Cuba. "Eu não entendia nada de aviões, mas essa era uma
tarefa e eu tinha que assumi-la, exatamente como o ´Argentino´ me
ensinou ".
Jorge Serguera Rivieri
Mais conhecido como "Papito Serguera" era advogado e doutor em
filosofia e artes quando se juntou a guerrilha. Durante a campanha foi
uma parceria assídua para Che nos jogos de xadrez. Depois da vitória
costumava visitar Che no ministério e manteve o hábito: "Costumávamos
jogar entre oito e dez partidas ".
Em 1963 foi indicado embaixador na Argélia. De lá ajudou a preparar os
focos de guerrilha para Guevara no Congo e na Bolívia. Papito esteve
com Che na sua segunda viagem à África, em fins de 1964 e começo de
1965. " Ele era humanista e um filósofo da História, com uma
excepcional disposição para a ação". Serguera ocupou vários
postos, desde diretor da Rádio e TV de Cuba até responsável por uma fábrica
de lâmpadas.
José Manuel Manresa
Nunca chamou Guevara pelo nome. Era sempre "o comandante".
Servia na fortaleza de La Cabaña, quando Guevara instalou-se lá,
durante a marcha para Havana.
Esteve com ele no Instituto de Reforma Agrária, depois no Banco
Nacional de Cuba e no Ministério de Indústria. Se lembra que Che só
permitia que os funcionários se alimentassem com a comida da cantina e
fazia escândalo enorme caso flagrasse alguém se alimentando com
"bugigangas" compradas na rua. "Era extremamente rigoroso
com ele mesmo". Com a morte de Che, foi trabalhar no Ministério de
Comércio Exterior.
Hoje está aposentado, com 70 anos.
Leonardo Tamoyo Núnez (Urbano)
Ele chegou a Sierra Maestra com 15 anos. No primeiro dia que viu Che, o
Comandante perguntou: "O que você está fazendo aqui?"
"O mesmo que você", respondeu Tamayo.Esteve praticamente ao
lado de Che durante 10 anos e sete meses . Aos 55 anos, Tamoyo ainda é
um homem enérgico. É coronel e carrega no cinto a pistola russa CTDKNH
509, presente de Fidel. Foi um dos que escaparam atravessando o Andes:
"Caminhamos 6 meses ".
Segundo conta , ao ser capturado, Guevara carregava US$ 20 mil.
"Era o financiamento da revolução. Os militares bolivianos nunca
declararam esse dinheiro". Hoje Tamayo trabalha com Ramiro Valdés.
Salvador Vilaseca Forné
Ele tinha 50 anos e Guevara 31. Era professor de matemática e deu aulas
para Che. Uma vez, viajando juntos pela Europa, Guevara pediu-lhe para
comprar alguns livros em sebos. Vilesca perdeu um vôo marcado para
Madri para atender o pedido. Depois de alguns dias, Che foi indicado
presidente do Banco Nacional de Cuba. Che ligou, convidando-o a
trabalhar com ele como diretor. "Eu não entendo nada de
bancos", objetou Vilaseca. "Nem eu", respondeu Che.
Vilaseca passou enato a dar aulas de matemáticas para Che, duas vezes
por semana, às terças, das 8 às 9, e aos sábados, das 8 até o horário
em que Che se cansava. Às vezes as aulas chegavam até a noite.
Primeiro ensinou-lhe matemática elementar, depois álgebra, geometria
analítica, cálculo diferencial, cálculo integral e equações. Em
1964, Vilaseca disse-lhe: "Não tenho mais nada a ensinar a você".
Enato, por sugestão de Che, eles passaram a estudar juntos matemática
avançada até Che partir para a guerrilha no Congo.
Vilaseca está com 88 anos. Aposentou-se como reitor da Escola Diplomática
está escrevendo um livro: " O Che que eu conheci".
Enrique Acevedo
Enrique Acedo estava com hepatite, em casa, quando foi informado de que
dois jornalistas estrangeiros tinham procurado por ele para falar sobre
o Che. O Brigadeiro Enrique Acevedo não hesitou. Minutos depois ele
aparecia no Hotel Nacional de Havana usando jeans e camiseta T-Shirt.
Trazia com ele o livro publicado há três anos, com suas lembranças do
tempo em que serviu na guerrilha sob as ordens de Che. "O
Descamisado" , uma homenagem ao Argentino.
Enrique subiu a Sierra Maestra aos 14 anos com seu irmão Rogelio, que
tinha 16 na época. Ele tinha 17 quando Che soube que ele comprara
dinamite de um revendedor norte americano. Como "punição",
Guevara mandou-o para um curso universitário.
Anos depois, Orlando Borrego, na época ministro da Indústria Açucareira,
convenceu Fidel Castro a mandar Enrique juntar-se à força guerrilheira
de Che, na Bolívia. "Quando soube, Enrique deu pulos de
alegria", lembra Borrego. A viagem acabou não se realizando.
Guevara morreu antes.
Victor Bordón
Foi pessoalmente o responsável pelo Movimento 26 de Julho na Sierra de
Escambrey, onde Guevara chegou em outubro de 1958, comandando a coluna
de 146 homens .
Depois de uma invasão de mais de 550 quilômetros, que tomara 47 dias
de lutas, Bordón, que já tinha o titulo de "comandante",
encontrou Che e colocou sob seu comando suas tropas, com mais de 300
homens. "Ele imediatamente me rebaixou, chamando-me de capitão".
Mais tarde, depois de um duro combate, Che congratulou-se com ele.
"Belo serviço, comandante". Ao que Bordón retrucou:
"Capitão, não comandante". Guevara confirmou Bordón como
Comandante e Bordón pediu-lhe que, sendo assim, aproveitasse a primeira
reunião da tropa para comunicar essa decisão. "Um homem pode ser
rebaixado em público e promovido em silêncio", respondeu Che.
Desde 1983, Bordón esta no comando da Comental, um consórcio de
empresas com 840 trabalhadores.
Aleida March
Foi a última mulher de Che e mãe de quatro dos seus cinco filhos.
Aleida conheceu Che quando tinha 24 anos e era ativista clandestina do
movimento 26 de julho na província de Las Villas. "Meu
relacionamento com ele era apenas o de companheiros da mesma causa"
lembra ela .
Depois da vitória da revolução ela casou-se com Che. "Eram
tempos duros. Ele chegava em casa todas as noites às três, às vezes
às quatro, ou mesmo as seis da manha. Não podia - mos ter o luxo de
pensar numa casa para nós . Estávamos construindo uma nova
sociedade!" - Aleida fala sem reprovações ou críticas.
Quando Che partiu para o Congo e depois para a Bolívia, eles
continuaram a se corresponder sempre que possível. Antes de partir
Guevara deixou-lhes varias cartas, uma para Fidel, outra para seus pais
, e uma outra para os filhos do casal .Para Aleida , deixou uma fita
gravada de 60 minutos com seus poemas preferidos de Pablo Neruda, César
Vallejo, Nicolás Guilen e outros. "Nosso plano era encontrarmo -
nos novamente na Bolívia, e depois, quando envelhecêssemos, iríamos
lembrar de passagens da nossa própria história"
Trinta anos se passaram , Aleida está com 66 anos. Ela agora é
encarregada do Arquivo Pessoal de Che em Havana. Todos os filhos fizeram
carreiras universitárias. - Aleida é especializada em alergia, como o
pai; Célia é veterinária ; Camilo e Ernesto são advogados.
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