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|
O
Encontro com Fidel Castro
Nos
primeiros tempos de México, Che desempenhou diversos trabalhos, como fotógrafo
ambulante nas praças públicas e vendedor de livros da Editora Fundo de Cultura
Econômico. Através de concurso, passou a trabalhar no maior hospital do país,
como médico de doenças alérgicas. Foi nesse hospital que conheceu o paciente
Raúl Castro. E em julho ou agosto de 1955, Raúl o leva ao apartamento de Maria
Antônia, uma espécie de albergue a refugiados cubanos, para conhecer Fidel
Castro Ruiz. É o próprio Che quem relata: "Conheci Fidel em uma daquelas
noites mexicanas e recordo que nossa primeira discussão versou sobre a política
internacional. Conversamos toda a noite e, ao amanhecer, já era médico de sua
futura expedição".
Às duas horas da madrugada, do dia 25 de novembro de 1956, o iate Granma zarpou
do porto mexicano de Tuxpán, com 82 jovens a bordo. "Valia à pena morrer
numa praia estrangeira por um ideal puro", decidiu Che.
Para Fidel, Guevara foi uma das figuras mais surpreendentes da façanha cubana,
como também seu primeiro e grande cronista. "Um dos mais admirados, dos
mais amados e, sem dúvida alguma, o mais extraordinário de nossos companheiros
de Revolução". E, ironicamente, Che havia sido declarado inapto para o
serviço militar pelo Exército argentino.
Durante a Revolução Cubana, onde os Revolucionários desenvolveram uma das
lutas mais dignas que se conhece, Che cuidava dos inimigos, com a mesma dedicação.
Em plena luta, na Sierra Maestra, criou o jornal El Cubano Libre, para
transmitir informações da guerrilha e as idéias que a animava.
Quando a Revolução triunfou, Fidel deu a Che cargos de grande
responsabilidade, como a Presidência do Banco Nacional, para estabilizar a
grave situação das dívidas contraídas pelo ditador Fulgêncio Batista;
posteriormente assumiu o Ministério das Indústrias e estabeleceu salários e
condições dignas de trabalho, conseguindo aumentar a produtividade das fábricas
e a satisfação dos operários. Mais tarde, recebeu a incumbência de coordenar
e incrementar as indústrias recém-nacionalizadas, num quadro absolutamente
adverso, quando a pequena nação era futisgada e boicotada pelo imperialismo
americano.
Em todas as funções que desempenhou, Che sempre colocou o homem em primeiro
plano, tudo era decidido a partir do social. Ele sempre procurava que o conjunto
da sociedade agisse sobre cada um de seus membros e que, ao mesmo tempo, o indivíduo
contribuísse para a construção da consciência social. Sobre a construção
da economia cubana, Che manteve importantes debates com grandes economistas,
como Bettelheim, Mora e Fernández Font.
Uma de suas primeiras atitudes, ao assumir sua parcela de poder, foi proibir
investigações e perseguições ideológicas. As investigações somente
deveriam ser realizadas quando o cidadão manifestasse seu desejo de ingressar
no Partido.
Grande escritor, Che Guevara era um repórter do seu tempo; em seus livros,
mostra a saga dos guerrilheiros cubanos e discute teorias políticas, econômicas
e sociais com a maior objetividade possível, para que pudesse ser entendido por
qualquer de seus companheiros ou trabalhador.
Representando o governo cubano, Che viajou por diversos países do Terceiro
Mundo, constatando que os problemas dos subdesenvolvidos eram semelhantes na África,
Ásia e América Latina: a espoliação imperialista dos países desenvolvidos,
sobretudo dos Estados Unidos. No Brasil, Che esteve em 1961, sendo condecorado
com a Ordem do Cruzeiro do Sul pelo Presidente Jânio Quadros.
Após a constituição do Governo Revolucionário, o povo cubano achava que Che
iria deixar a Ilha para lutar em outros países. Mas a Revolução necessitava
de sua contribuição e ele ficou, sendo um exemplo de trabalhador abnegado, herói
da reconstrução. Seis anos depois, quando a revolução já havia passado pelo
seu batismo de fogo, quando as fábricas e os campos já produziam regularmente,
Che se foi. Escolheu a Bolívia, uma das mais sofridas e espoliadas de nossas pátrias.
Embora sendo o segundo homem mais poderoso de Cuba, em 1965, abandonou o poder e
a segurança de uma Revolução vitoriosa e partiu para o risco de novas
guerrilhas, tendo lutado no Congo Belga de agosto de 1965 a março de 1966, ao
lado dos guerrilheiros de Pierre Mulele e Gastón Soumilat, contra os mercenários
brancos de Moses Chambe.
Num Discurso na ONU, a 11 de dezembro de 1964, Guevara dizia: "Nasci na
Argentina, isso não é segredo para ninguém. Sou cubano e sou argentino e, se
não ofenderem as ilustríssimas senhorias da América Latina, sinto-me tão
patriota da América Latina, de qualquer país da América Latina, como o maior
deles, e o momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha
vida pela libertação de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir
nada a ninguém..."
Ao partir para a Bolívia, escreve uma carta de despedida a seus filhos, em que
diz:
"Seu pai é um homem que age como pensa e, é claro, foi leal com suas
convicções..." Tinha 5 filhos, um do seu casamento com Hilda Gadea
Acosta e 4 com Aleida March de la Torre, professora e sua companheira na Sierra
de Escambray, com quem se casou pela segunda vez.
Aos pais, escreveu: "Muitos me julgarão aventureiro, e o sou; só que de
um tipo diferente, dos que arriscam a pele para defender suas verdades".
E para seu companheiro Fidel Castro, escreveu, ao se despedir:
"Se
me chegar a hora definitiva sob outros céus, meu último pensamento será para
este povo e especialmente para ti. Agradeço aquilo que me ensinaste e teu
exemplo, ao qual tentarei ser fiel até às últimas conseqüências dos meus
atos."
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